Poderá participar presencialmente na sessão na Casa do Conhecimento da UMinho / Espaço B-lounge da Biblioteca da UMinho no campus de Azurém. Se preferir, pode participar online, através da plataforma Zoom. Os dados de acesso serão enviados após a inscrição.
"Publicado originalmente em 1934, "Terra Fria" suscita, desde logo, o entusiasmo da crítica («não se pode duvidar, cremos bem sinceramente, de que muitos portugueses o hão-de ler amanhã, e depois, e depois...»), vindo a ocupar um dos lugares cimeiros do universo ficcional de Ferreira de Castro e na literatura portuguesa do século XX. O enredo, que concilia o realismo da descrição das «gentes que vivem entre cadeias de montanhas (...) página viva da antropologia» com o tom da tragédia, localiza-se em Terras do Barroso, Trás-os-Montes. Na pequena aldeia de Padornelos, Leonardo procura com o pobre sustento do seu trabalho de jornaleiro, e sobretudo com o contrabando, prover a si e à sua família, enquanto sonha em se estabelecer por conta própria com uma venda. A ambição de uma vida independente parece-lhe finalmente poder concretizar-se com a chegada à aldeia de um homem há muito emigrado nos Estados Unidos. Porém, o «americano» rico e influente «se com uma mão lhe dá alguma coisa com a outra tudo tira, inclusive a paz e a mulher».
Autor: José Maria Ferreira de Castro (1898 - 1974) é uma das figuras cimeiras da literatura portuguesa. Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular, a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve (1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais lidos em Portugal e no estrangeiro. Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores portugueses.
Dinamizadora: Professora Assunção Anes Morais, Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes (ATLM)
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>> Cartaz da 23ª sessão
INSCRIÇÕES EM: https://bit.ly/CLRCdC_23
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